domingo, 12 de setembro de 2010

Fragmentos de uma carta já postada

Bom dia.

Porque amor é sol. É calor. É praia. É banho de sal da água do mar ou do chuveiro. É voltar para casa com o cheiro do teu shampoo em meus cabelos. É chorar na despedida por não conseguir dizer tudo o que queria dizer. É ter medo de não te encontrar de novo para ficar até o dia amanhecer.

É esquecer a fome e só depois de muito dela lembrar. Porque o amor para mim é uma mesa para dois, seja de café, almoço ou jantar. É hambúrguer, batata frita e suco de laranja dentro do cinema. É pizza com guaraná Jesus na praça de alimentação. É rabanada com pipoca dentro do teu quarto, em frente à tua televisão.

Amor para mim é sofrer por saber quanto espaço ocupo quando entro em tua casa, teu quarto e teu banheiro. São minhas roupas espalhadas, são meus produtos de beleza. É o pote de creme derrubado no chão do box. É o meu cheiro te fazendo lembrar e minha preocupação para lá nenhum objeto deixar.

É voltar para casa com um nó na garganta por não saber se tu ficaste bem. É deixar de lado toda a alegria que eu tinha em viajar se eu não for para aí te ver. Porque estar contigo é mesmo bom. Te ver, te ouvir, segurar tua mão tão bonita, te abraçar e sentir teu cheiro de calma, de madrugada, te beijar e sentir teu gosto de amor.

O amor é tudo isso. É diferença. É coincidência. O amor sou eu. O amor és tu. Quem o inventou, não sei. Só sei que estou longe da tua alegria e que ficar perto de ti é guardar estas lembranças como uma das coisas mais valiosas que tenho.

E se do nosso amor a gente é quem sabe, quem em meu nome dirá que é de paz que preciso quando o amor que guardarei por toda minha vida carrega consigo o nome da guerra?

11 comentários:

Franck disse...

Que intenso, Camila! Espero que a ressonância seja breve e que se um dia o amor morrer, fique a poesia!
Bjs e uma boa semana!

Lourdimar Silva disse...

Camila...
uma sensibilidade vestida de ousadia...
lindo
Parabéns pelas palavras!

Rafaela disse...

Uma vez, postei a mesma carta duas vezes, também. Mas o sentimento da primeira não foi igual ao da segunda. A primeira, desesperada, era um grito, um pedido praquele amor sair de mim.
A segunda, uma rendenção. Uma vontade de lembrar do gosto do amor, ah, e que gosto ele tinha....

Vou copiar o teu fragmento no meu blog. Com a devida identificação, claro.
;*

Aline Cristina disse...

"Que contradição: só a guerra faz o nosso amor em paz"

C;

Fóssil disse...

Lindo!

Prova de que, maior que o amor, só o Amor. Certeira tua poesia, Camila =)

V. disse...

Amor é guaraná Jesus.
Risos.
Saudade dessa bebida.

Beijo.

Lois disse...

Câmila já li seu texto umas 20 vezes...q lindo, pura poesia...q orgulho de vc!!!amor de pessoinhas como vc não tem preço...rsrsrs..bj

Rafael Ayala disse...

Ah, Camila, que texto mais bonito!
Saudades de vir por aqui.
Ah, o amor, o amor...
Beijos e abraços!
=]

Rayane disse...

meu Deus... quando vi, não conseguia parar de ler...

Camila Chaves disse...

como falava pelas bandas dali, todo mundo que está ou já ficou algum dia longe de quem ama ou amou, entende bem o sentido que cada uma dessas palavras tem. *(:

Luriana disse...

Nossa, que texto mais lindo. Acho que, se tratando de amor, já vi textos com tamanha intensidade assim, com essas mesmas formas, quando leio Neruda.

 
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