Quando Mauro Luís Iasi contou sobre a vontade de ser eterna que toda paixão carrega consigo, falou da cegueira e da loucura que tomam os amantes que se põem a desafiar, com qualquer embarcação ou nenhuma orientação, os mares mais insensatos e furiosos, e da relação declarada de guerra que este sentimento tem com o tempo.
O tempo, “que vive entre os números do relógio prisioneiro”, é também o responsável pela ilusão e desorientação dos amantes que temem e sofrem por pensar que este seja, assim como penso, um verdadeiro faminto e devorador de grandes paixões. E é exatamente por medo desse passar, consumir, digerir, que aqueles que vivem uma paixão se atiram insanos, antecipando-se ao fim.
Acontece que a paixão ou outros sentimentos tão avassaladores quanto, não são regidos por mágica como as pessoas gostariam que fossem, e têm, na ciência, uma série de explicações, dentre elas, aquela que diz que estes costumam durar no máximo quatro anos ou o tempo até que apareça outro alguém que faça despertar um sentimento ainda maior.
É a partir daí que penso sobre a quantidade de tempo desperdiçada ou o quanto do melhor de uma paixão deixamos de viver cotidianamente, seja por medo, por muito avaliar ou simplesmente por esperar que chegue um momento que, com o passar do tempo, só tende a se afastar ainda mais. E deste modo, deixamos que passem as paixões, os amores, a vida.
E foi assim que diante dos últimos acontecimentos comecei a entender como algumas paixões têm passado por pessoas próximas e principalmente por mim. Estas, se não são vividas em seu momento exato, se não recebem quem se atire nelas de imediato, correm o risco de não mais acontecerem. E então, tem-se carinho, amizade, amor platônico ou qualquer outra coisa, menos paixão.
Porque o tempo já terá devorado as maiores vontades.
O tempo, “que vive entre os números do relógio prisioneiro”, é também o responsável pela ilusão e desorientação dos amantes que temem e sofrem por pensar que este seja, assim como penso, um verdadeiro faminto e devorador de grandes paixões. E é exatamente por medo desse passar, consumir, digerir, que aqueles que vivem uma paixão se atiram insanos, antecipando-se ao fim.
Acontece que a paixão ou outros sentimentos tão avassaladores quanto, não são regidos por mágica como as pessoas gostariam que fossem, e têm, na ciência, uma série de explicações, dentre elas, aquela que diz que estes costumam durar no máximo quatro anos ou o tempo até que apareça outro alguém que faça despertar um sentimento ainda maior.
É a partir daí que penso sobre a quantidade de tempo desperdiçada ou o quanto do melhor de uma paixão deixamos de viver cotidianamente, seja por medo, por muito avaliar ou simplesmente por esperar que chegue um momento que, com o passar do tempo, só tende a se afastar ainda mais. E deste modo, deixamos que passem as paixões, os amores, a vida.
E foi assim que diante dos últimos acontecimentos comecei a entender como algumas paixões têm passado por pessoas próximas e principalmente por mim. Estas, se não são vividas em seu momento exato, se não recebem quem se atire nelas de imediato, correm o risco de não mais acontecerem. E então, tem-se carinho, amizade, amor platônico ou qualquer outra coisa, menos paixão.
Porque o tempo já terá devorado as maiores vontades.
15 comentários:
ainda bem que você escreve.
não tenho muito a falar. mas o amor é bem diferente da paixão, penso assim.
paixão pode até ter tempo limite, mas amor amor amor, amor de verdade... tem não.
uma parte da pesquisa diz assim:
"A sua vez, advertiu que o amor romântico é tão forte como a vontade de comer ou ter sede, pode ser controlado nas primeiras etapas, mas uma vez ativado é impossível detê-lo imediatamente."
e acho que se uma coisa é tal coisa, sempre estará "em aberto".
é isso.
e o texto é muitoo legaal.
=D
E eu que já fiz loucuras por paixões desenfreadas, depois que elas (as paixões) passaram, dei risadas com o ridiculo das situações... e tem uma música que diz algo como 'ridiculo é quem nunca escreveu uma carta de amor', ou algo assim... então que venha as paixões e qdo elas acabarem que fique o amor, a poesia...
Bjs*
concordo, luriana. as paixões podem até ter limite de tempo, mas o amor, o sentimento pleno, esse sim, fica.
e frank, muito boa a lembrança. conheço essa poesia. é do álvaro de campos e se chama "todas as cartas de amor são ridículas".
Eu acho que a paixão pode ser até consumida pelo tempo, mas o amor é perene.Vejo a paixão como palha seca que ao fogo só deixa cinzas, já o amor é algo duradouro, resiste ao tempo, espaço,feridas e muito mais. A paixão não sobrevive nem a um inverno rigoroso.
Quando há sintonia o amor resiste.
É bom refletir sobre isso...
Abraço!
um puta texto camilinha. massa, cara.
*.*
Tu sabes melhor que ninguem que eu esperei a noite toda pra ler esse post! Uma espera que valeu a pena!! Ta muuuuuito bom! Eu sabia que as tais "coisas do coração" iriam render um ótimo texto!!! ;D
Tem razão! Por isso que quando a paixão aparece na minha vida eu agarro, que é pra não ficar com arrependimentos depois...
Beijocas
Eu compactuei com a Bruna, esperei pelo texto desde quando você postou uma inspirada frase no twitter sobre o referido tema. Então, pensei: vem texto bom no "zine colorido".
Já encontrei o caminho, Camila, estarei sempre por aqui. Eu trabalho com jovens e aposto sempre neles. É muito gratificante o entrosamento das gerações.
Grande abraço!
As melhores coisas do mundo são discutidas na mesa de um bar.
4 cabalístico.
o tempo de uma paixão é passageiro sim.
passa.
podemos vivê-lo em sua passagem ou apenas observar seu movimento.
é uma questão de escolha.
eu prefiro sentir o máximo que eu puder, sem a preocupação de o quanto dure.
p.s. a história dos quatro anos e a mesa de bar de um sábado sempre podem render bons textos ;)
e não é, camilinha? mas acabei precisando tirar o parágrafo que falava do fim daquele relacionamento de quatro anos que nos era referência e sobre o nosso tilintar de copos de plástico em brinde aos relacionamentos que superam os quatro anos. mas, outras palavras virão.
Muito bom o texto, Camilinha. Eu ja tive varias paixões e, por elas, cometemos coisas inacreditáveis que às vezes achamos ridículo e outras vezes achamos que nao a vivemos o suficiente e que nos deixam saudades daquilo que podíamos ter vivido mais intensamente. Deixo aqui um pequeno trecho de uma citação de Nicolau Godol:
"Bem-aventurado aquele que, entre todas as paixões, escolhe a mais nobre: a sua felicidade aumenta de hora a hora, de minuto a minuto, e cada vez penetra mais no ilimitado paraíso da sua alma. Mas existem paixões cuja escolha não depende do homem: nascem com ele e não há força bastante para as repelir. Uma vontade superior as dirige, têm em si um poder de sedução que dura toda a vida".
Bjos da Titia...
Ah, a paixão. Eu não gosto muito das explicações cinetíficas, assim perde toda a graça, toda a magia hehehe.
Paixão é isso mesmo, é se atirar insanamente, é felicidade e tristeza extremas.
O ruim é quando a paixão passa e dela não resulta nada de carinho, amor ou um bom sentimento que o valha.
Paixão sempre aparecer, não assim banalizando as paixões, mas amor...
E tem gente que ainda nem acredita em amor, sabia?
Eu acredito.
Beeijos!
=]
Putz... que maravilha de sentimentos! Adorei... me encontro relativamente com este dilema. Segue abaixo uma poesia que fiz:
O TEMPO
O tempo não é tempo
o tempo é anátema do tempo!
É a areia da ampulheta
a tragar-me insólito!
O pêndulo algoz do relógio
a degolar-me absoluto!
Ciclos initerruptos em cordas
ao servir de forca agonizante!
Tic-tac, bomba relógio...
Tudo isso faz muito sentido. Pensando, avaliando, percebi que eu me perco no tempo, deixando o melhor momento passar.
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