domingo, 20 de abril de 2014

Querida Formiga

Desde o dia em que te vi devorar um tablete de caldo lá na cozinha, percebi que algo não estava muito bem. Compreendo que, quando em coletividade, podemos até cometer atos que jamais nos passariam caso vivêssemos uma vida de solidão. Mas as ações de vandalismo realizadas durante as “festinhas” diárias que acontecem em minha casa sem o meu consentimento, confesso: não consigo compreender.

Da última vez, tive que passar por um constrangimento imenso! Isso porque as tuas amigas não só tiveram a audácia de me retirar da cama enquanto eu dormia, como abriram a porta da sala e me puseram do lado de fora do meu próprio apartamento! O danado foi ter que acordar com o sol na cara e ainda ter que explicar para a vizinha o que era que eu estava fazendo abraçada com a grade do portão dela.

Mas, sem ressentimentos. E que fique claro: eu não tenho nada contra o fato de tu seres formiga. Eu até tenho amigas que são. Por isso te escrevi esta carta em tom tão preocupado. Sendo assim, quando receber, me avisa e aparece aqui em casa para a gente tomar um café e conversar sobre a vida.

Prometo que ponho bastante açúcar para não ter que te ver sucumbir novamente a um salgado tablete de caldo.

Com afeto,
Camila Chaves.


Texto publicado no Blog quando receber, me avisa em 13 de abril de 2014.

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