Sempre gostei mais de Matemática que História. Pensando bem, não sei se sempre, mas se faço referência à minha saudosa época de estudante de Ensino Fundamental, esta primeira afirmação é muito pertinente. Fui eu quem, na 8ª série, em meus primeiros dias de aula naquela nova escola, tomada por uma falta de noção ou, quem sabe, por um excesso de sinceridade, levantei a mão quando aquele professor bonito e tão queridinho pela maioria das estudantes, perguntou se havia alguém na turma que não gostava daquela matéria que ele lecionaria.
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Enquanto meus pensamentos me traziam essas lembranças históricas e meus dedos folheavam minha agenda colorida, descobri que hoje, 25 de abril, comemora-se a Revolução dos Cravos. Parei um segundo e tentei tirar, ainda da lembrança, o que poderia ter sido esse marco. Sabia que não tinha faltado a aula, até mesmo porque eu era CDF demais para fazer isso, mas o fato é que realmente os arquivos da minha mente pareciam indicar que “a página não pode ser exibida”.
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E como imaginar, na maioria das vezes, pode ser bem mais divertido que pesquisar, coloquei-me nesse “dificílimo”, “cansativo”, “doloroso” e, por que não dizer “árduo”, exercício. Opa! Então vamos lá. Recebi uma prova, na verdade, uma folha quase toda em branco, que em seu topo diz o seguinte: “Discorra sobre a Revolução dos Cravos”. Gente, como é que alguém fala isso assim, de forma tão fria, tão direta e sem fragmentos ou figurinhas que, ao serem xerocadas, ganham tons de psicodelia? Vamos lá.
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Debaixo de uma sacada localizada na pacata Vila do Amendoim, distante cerca de 357 km da capital do monárquico país cujo nome prefiro não citar por uma questão de preservação das identidades envolvidas, o Cravo brigou com a Rosa. O fato de o Cravo ter saído ferido e sua companheira despedaçada, nem de longe é motivo para especulações que levem a crer que os dois tenham se agredido já que o casal era conhecido em campos e canteiros por pregar o combate às opressões e a resistência pacífica como forma de luta.
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O Cravo e a Rosa eram de oposição e, o que pouca gente sabe, na verdade, é que essa história toda de briga entre os dois teve início por conta daquela rainha pra-lá-de-fofoqueira que, além de ser a dona da moradia em que ficava a sacada que ficou conhecida em canções infantis do mundo inteiro, era também dona da maior rede de comunicação daquela época. Logo, muito esperta, viu naquela que era uma conversa em tom de revolta entre o casal, seguida de um desabamento, um prato cheio para o espetáculo e, conseqüentemente, grandes níveis de audiência. E parece que deu certo, pois nas floriculturas da região ouvia-se um “zumzumzum” e, acredite, não eram das abelhas.
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Imaginei algumas outras milhões de coisas, mas como pesquisar é preciso, também, acabei descobrindo por pura curiosidade que esta revolta, também conhecida como O Dia D (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver), ocorreu em 1974 e significou o fim da ditadura de Salazar, em Portugal.
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Portugal vivia em regime ditatorial desde 1926 e, com a Revolta dos Cravos, liderada por soldados revoltosos, conseguiu por fim na censura e na polícia política que perseguia e reprimia todos aqueles que fizessem oposição ao regime, libertar presos políticos, fazer com que sindicatos pudessem atuar de forma livre e os partidos fossem legalizados e, um ano depois, em 1975, a realização das primeiras eleições livres para a Assembléia Constituinte.
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Na manhã do dia do golpe, muitas pessoas foram às ruas em solidariedade aos soldados. Uma das versões contadas é de que nesta manhã, uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel fora vista por um dos soldados que teria então pegado um dos cravos e posto em sua espingarda. A florista, distribuiu seus cravos vermelhos aos demais soldados que, rapidamente, puseram em suas espingardas, também.
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Não entendo por que nenhum professor ou professora nunca me pediram para discorrer sobre a Revolta dos Cravos, aquela que ficou conhecida como a revolução que trouxe liberdade ao povo português. Outra coisa que também não entendo, é como alguém que, de tão tímida tinha vergonha até mesmo de puxar a cordinha do ônibus em pedido de parada, pôde levantar a mão naquele primeiro dia de aula.
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Enquanto meus pensamentos me traziam essas lembranças históricas e meus dedos folheavam minha agenda colorida, descobri que hoje, 25 de abril, comemora-se a Revolução dos Cravos. Parei um segundo e tentei tirar, ainda da lembrança, o que poderia ter sido esse marco. Sabia que não tinha faltado a aula, até mesmo porque eu era CDF demais para fazer isso, mas o fato é que realmente os arquivos da minha mente pareciam indicar que “a página não pode ser exibida”.
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E como imaginar, na maioria das vezes, pode ser bem mais divertido que pesquisar, coloquei-me nesse “dificílimo”, “cansativo”, “doloroso” e, por que não dizer “árduo”, exercício. Opa! Então vamos lá. Recebi uma prova, na verdade, uma folha quase toda em branco, que em seu topo diz o seguinte: “Discorra sobre a Revolução dos Cravos”. Gente, como é que alguém fala isso assim, de forma tão fria, tão direta e sem fragmentos ou figurinhas que, ao serem xerocadas, ganham tons de psicodelia? Vamos lá.
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Debaixo de uma sacada localizada na pacata Vila do Amendoim, distante cerca de 357 km da capital do monárquico país cujo nome prefiro não citar por uma questão de preservação das identidades envolvidas, o Cravo brigou com a Rosa. O fato de o Cravo ter saído ferido e sua companheira despedaçada, nem de longe é motivo para especulações que levem a crer que os dois tenham se agredido já que o casal era conhecido em campos e canteiros por pregar o combate às opressões e a resistência pacífica como forma de luta.
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O Cravo e a Rosa eram de oposição e, o que pouca gente sabe, na verdade, é que essa história toda de briga entre os dois teve início por conta daquela rainha pra-lá-de-fofoqueira que, além de ser a dona da moradia em que ficava a sacada que ficou conhecida em canções infantis do mundo inteiro, era também dona da maior rede de comunicação daquela época. Logo, muito esperta, viu naquela que era uma conversa em tom de revolta entre o casal, seguida de um desabamento, um prato cheio para o espetáculo e, conseqüentemente, grandes níveis de audiência. E parece que deu certo, pois nas floriculturas da região ouvia-se um “zumzumzum” e, acredite, não eram das abelhas.
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Imaginei algumas outras milhões de coisas, mas como pesquisar é preciso, também, acabei descobrindo por pura curiosidade que esta revolta, também conhecida como O Dia D (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver), ocorreu em 1974 e significou o fim da ditadura de Salazar, em Portugal.
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Portugal vivia em regime ditatorial desde 1926 e, com a Revolta dos Cravos, liderada por soldados revoltosos, conseguiu por fim na censura e na polícia política que perseguia e reprimia todos aqueles que fizessem oposição ao regime, libertar presos políticos, fazer com que sindicatos pudessem atuar de forma livre e os partidos fossem legalizados e, um ano depois, em 1975, a realização das primeiras eleições livres para a Assembléia Constituinte.
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Na manhã do dia do golpe, muitas pessoas foram às ruas em solidariedade aos soldados. Uma das versões contadas é de que nesta manhã, uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel fora vista por um dos soldados que teria então pegado um dos cravos e posto em sua espingarda. A florista, distribuiu seus cravos vermelhos aos demais soldados que, rapidamente, puseram em suas espingardas, também.
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Não entendo por que nenhum professor ou professora nunca me pediram para discorrer sobre a Revolta dos Cravos, aquela que ficou conhecida como a revolução que trouxe liberdade ao povo português. Outra coisa que também não entendo, é como alguém que, de tão tímida tinha vergonha até mesmo de puxar a cordinha do ônibus em pedido de parada, pôde levantar a mão naquele primeiro dia de aula.