Me inquieta não poder saber de onde é que vem essa mania que as pessoas têm de achar que as coisas simples não são surpreendentes. Certa vez ouvi dizer, e muito concordei, que um bom texto é aquele que consegue fazer relações entre objetos aparentemente distantes de uma forma simples e, ainda assim, surpreendente.
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Acrescentaria ainda que, no caso dos textos, existe uma espécie de recompensa aqueles que acompanham passo a passo as obras de um determinado autor. Esta recompensa, por sua vez, está em conseguir perceber que determinada parte do texto só tem, para ti, aquele sentido por conta da tua dedicação, daquilo que te permitiu montar um repertório.
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Com a música não poderia ser diferente. Letras boas são as que aproximam objetos originalmente distintos e que presenteiam aos mais dedicados e atentos, com letras que se completam a todo instante. Sendo assim, depois da deixa do último texto, não poderia deixar de falar dele, o Zeca Baleiro.
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São brilhantes aquelas sacadas, aqueles sons coloridos, confortantes ou doídos, cheios de sentimentos. Marcantes são também as rimas, ou mesmo a ausência delas e os trocadilhos. Mas aqui falarei delas, as letras que são soltas e se entrelaçam sem parar. Ou nunca perceberam?
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Em Babylon, o baleiro reclama não ter dinheiro para pagar a Yoga, a droga ou mesmo a merenda. Cansado da situação, promete vender sua própria alma ao dizer: “cansei de ser duro, vou botar minh’alma a venda”. E o desfecho dessa história toda de fazer da alma o segredo do próprio negócio está em Baladas do asfalto, quando diz “a algum tempo atrás vendi minh’alma a um velho apache”.
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Ainda curtindo as baladas do asfalto, lembram que já comentei por aqui sobre o fato de ele levar no bolso um trocado para o café? Pois bem, por algum motivo que ainda preciso compreender verdadeiramente qual foi, alguém lhe ofereceu uma xícara e ela foi recusada. E tudo isso aconteceu em Bandeiras, com “não quero beber o seu café pequeno”. Tá, tudo bem, se não quer café, então pode ser alguma outra coisa, certo? Engano, pois a resposta vem logo em seguida: “eu não quero isso, seja lá o que isso for!”.
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E como falar dele e não pensar nas letras que falam de solidão? Muitas, não? So, let's go! Em Por onde andará Stephen Fry, procura-se alguém que saiu de casa e que no lugar antes ocupado deixou um vazio de solidão: “Stephen may be feeling all alone, Stephen never do this again, came back home”. Então, ao que tudo indica, o alguém que saiu de casa, resolveu mandar notícias, ou melhor, um Telegrama, deixando quem estava “só, sozinho... mais solitário que um paulistano” com o coração cheinho de felicidade.
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A angústia toda da solidão pareceu ter realmente chegado a seu fim quando descobriu-se que o gosto da fruta passa quando se vê alguém que se ama passar em Skap por meio de uma declaração explicita em: “você me faz parecer menos só, menos sozinho”. E assim, é tombo que não é medido novamente em Bandeiras ou tombo que nem mesmo chega a acontecer porque se é nordestino bem alimentado, em Tv a cabo.
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Muitas coisas. Poderia falar sobre muitas delas. É que andei pensando sobre o que escrever em meio a estes dias tão aperreados. Então, imaginando formas de pintar com tinta alguma tela cinza, atrelada à deixa que outrora por aqui deixei, decidi falar sobre ele, ou melhor, sobre as letras criadas por este maranhense tão genial. Críticas sociais e poesias musicadas fizeram com que tantas outras pessoas e eu tivéssemos por ele tanta admiração.
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Acrescentaria ainda que, no caso dos textos, existe uma espécie de recompensa aqueles que acompanham passo a passo as obras de um determinado autor. Esta recompensa, por sua vez, está em conseguir perceber que determinada parte do texto só tem, para ti, aquele sentido por conta da tua dedicação, daquilo que te permitiu montar um repertório.
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Com a música não poderia ser diferente. Letras boas são as que aproximam objetos originalmente distintos e que presenteiam aos mais dedicados e atentos, com letras que se completam a todo instante. Sendo assim, depois da deixa do último texto, não poderia deixar de falar dele, o Zeca Baleiro.
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São brilhantes aquelas sacadas, aqueles sons coloridos, confortantes ou doídos, cheios de sentimentos. Marcantes são também as rimas, ou mesmo a ausência delas e os trocadilhos. Mas aqui falarei delas, as letras que são soltas e se entrelaçam sem parar. Ou nunca perceberam?
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Em Babylon, o baleiro reclama não ter dinheiro para pagar a Yoga, a droga ou mesmo a merenda. Cansado da situação, promete vender sua própria alma ao dizer: “cansei de ser duro, vou botar minh’alma a venda”. E o desfecho dessa história toda de fazer da alma o segredo do próprio negócio está em Baladas do asfalto, quando diz “a algum tempo atrás vendi minh’alma a um velho apache”.
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Ainda curtindo as baladas do asfalto, lembram que já comentei por aqui sobre o fato de ele levar no bolso um trocado para o café? Pois bem, por algum motivo que ainda preciso compreender verdadeiramente qual foi, alguém lhe ofereceu uma xícara e ela foi recusada. E tudo isso aconteceu em Bandeiras, com “não quero beber o seu café pequeno”. Tá, tudo bem, se não quer café, então pode ser alguma outra coisa, certo? Engano, pois a resposta vem logo em seguida: “eu não quero isso, seja lá o que isso for!”.
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E como falar dele e não pensar nas letras que falam de solidão? Muitas, não? So, let's go! Em Por onde andará Stephen Fry, procura-se alguém que saiu de casa e que no lugar antes ocupado deixou um vazio de solidão: “Stephen may be feeling all alone, Stephen never do this again, came back home”. Então, ao que tudo indica, o alguém que saiu de casa, resolveu mandar notícias, ou melhor, um Telegrama, deixando quem estava “só, sozinho... mais solitário que um paulistano” com o coração cheinho de felicidade.
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A angústia toda da solidão pareceu ter realmente chegado a seu fim quando descobriu-se que o gosto da fruta passa quando se vê alguém que se ama passar em Skap por meio de uma declaração explicita em: “você me faz parecer menos só, menos sozinho”. E assim, é tombo que não é medido novamente em Bandeiras ou tombo que nem mesmo chega a acontecer porque se é nordestino bem alimentado, em Tv a cabo.
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Muitas coisas. Poderia falar sobre muitas delas. É que andei pensando sobre o que escrever em meio a estes dias tão aperreados. Então, imaginando formas de pintar com tinta alguma tela cinza, atrelada à deixa que outrora por aqui deixei, decidi falar sobre ele, ou melhor, sobre as letras criadas por este maranhense tão genial. Críticas sociais e poesias musicadas fizeram com que tantas outras pessoas e eu tivéssemos por ele tanta admiração.