Estava sorrindo. Posso ter certeza.
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Seu focinho brilhava, umedecido, assim como seus olhos pretos e pequeninos. O arbusto, que dançava e gracejava harmonioso na calçada da barbearia, parecia muito feliz, também, embora nenhuma flor propriamente dita lhe fizesse companhia.
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O corpinho do cachorro, vestido em pêlo branco e encardido, encostava-se às folhas e nelas roçava enquanto crescia de tanto que roubava, com cheiro, aquela pequena imensidão verde. Era uma alegria imensa. Cão, arbusto, flores, folhas e um rabinho agitado.
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Um dia, estava voltando para casa e tomei o caminho da feira. O sol era tanto que minha sombra se escondia sob meus pés. Foi então que vi um cão florido. As flores não eram coloridas. Mas estavam lá, muito bem plantadas. Pareciam ter sido postas ali como enfeites.
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As flores, além de serem de uma cor somente, não tinham pétalas, também. Eram quase só botões. Muitos botões. Bem verdinhos. Bem gordinhos. E realmente muito bem plantados, volto a dizer. Nunca havia reparado que em frente à barbearia havia um arbusto. Nunca havia reparado, também, que cachorros de rua pudessem ter tantas flores.
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Suspeito que se carrapatos fossem flores, os cães seriam ainda mais graciosos do que por natureza o são, e que poderiam curtir sua coceirinha boa em companhia de algum arbusto que solitário clama em frente a uma barbearia.
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Seu focinho brilhava, umedecido, assim como seus olhos pretos e pequeninos. O arbusto, que dançava e gracejava harmonioso na calçada da barbearia, parecia muito feliz, também, embora nenhuma flor propriamente dita lhe fizesse companhia.
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O corpinho do cachorro, vestido em pêlo branco e encardido, encostava-se às folhas e nelas roçava enquanto crescia de tanto que roubava, com cheiro, aquela pequena imensidão verde. Era uma alegria imensa. Cão, arbusto, flores, folhas e um rabinho agitado.
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Um dia, estava voltando para casa e tomei o caminho da feira. O sol era tanto que minha sombra se escondia sob meus pés. Foi então que vi um cão florido. As flores não eram coloridas. Mas estavam lá, muito bem plantadas. Pareciam ter sido postas ali como enfeites.
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As flores, além de serem de uma cor somente, não tinham pétalas, também. Eram quase só botões. Muitos botões. Bem verdinhos. Bem gordinhos. E realmente muito bem plantados, volto a dizer. Nunca havia reparado que em frente à barbearia havia um arbusto. Nunca havia reparado, também, que cachorros de rua pudessem ter tantas flores.
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Suspeito que se carrapatos fossem flores, os cães seriam ainda mais graciosos do que por natureza o são, e que poderiam curtir sua coceirinha boa em companhia de algum arbusto que solitário clama em frente a uma barbearia.