domingo, 8 de setembro de 2013

Mais um dia de lutas

A situação está insustentável. Já não se pode ir às ruas, entoar palavras de ordens ou empunhar faixas que falem sobre nossas justas reivindicações. Há helicóptero sobre nossas cabeças. Há tropas e mais tropas à nossa frente e nas laterais. Não existe diálogo, nem vontade nenhuma de fazê-lo. Decerto, nunca existiu. Os governos não investem em saúde, transporte ou educação, mas equipam muito bem seus homens para garantir uma forte repressão a nós que nada mais temos além dos nossos sonhos e nossa disposição. É o estampido das bombas, o gosto do gás que fica na boca, o ardor da pimenta que salta aos olhos e a cena dos que ficaram caídos, feridos no chão. São também as lembranças dos que correram à procura de abrigo, das mãos geladas da companheira de outra sigla que chama teu nome, e do reencontro entre os nossos camaradas em meio àquela imensa confusão. Vivemos um novo momento: mais pessoas questionam, contestam, resistem. É preciso seguir nas ruas. Mas é preciso sobretudo fortalecer ferramentas que apontem para além dessas mobilizações, que nos fortaleça organizativamente, porque os que nos combatem, já deram inúmeras mostras, estão bastante bem organizados.

Reflexões pós 7 de setembro, em Fortaleza - CE.
 
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