sábado, 9 de maio de 2009

Como assim, papaya com cassis?

Papaya com Cassis. Esse é o mais novo sabor de sorvete que mamãe acaba de adquirir em uma das lojas da rede de supermercados Bom Preço. A mim não cabe questionar aqui se o preço do produto era realmente bom, mas após a surpresa em abrir o congelador e diante da fome que me assalta fielmente a cada madrugada, só me eram constantes dois questionamentos.
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Primeiramente, que diaxo é cassis? Depois, havia alguma necessidade óbvia para ela ter feito isso? E nem pensem que essa tenha sido a primeira vez! Já adianto que mamãe insiste em comprar sorvete napolitano quando ela sabe que ninguém, mas ninguém de verdade, nem mesmo ela, gosta de sorvete de chocolate. Daí que todo mês é aquela velha ladainha coletiva.
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Embora ela já tenha comprado até sorvete de Rum, não se deixem levar pela idéia de que a inovação toda se finda nas coisas geladas. Em meu primeiro estágio, por exemplo, sofri muita opressão. Por várias vezes fui alvo de risos e piadas e por pouco não fui duramente torturada, tudo porque eu levava para o lanche wafer de maracujá, limão, goiaba... Enfim, os sabores que só mamãe consegue encontrar nas rondas que ela faz quando vai às compras.
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Diante de tamanha frustração e ainda com fome, alguns minutos depois descobri que cassis, ou groselha negra, é uma fruta chic que teve origem lá pelas bandas da Europa do Norte. Isso só me faz confirmar o que eu já sabia: mamãe é mesmo uma mulher moderna. Moderna e engajada, eu diria até! Uma vez que está aberta às novas possibilidades e ousa, sem temor algum, experimentar o que ainda pode vir a ser tendência.
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Mas, eu-não-gosto-de-mamão! Então protesto do mesmo jeito. Como pode ser a vida tão doce, mesmo quando cruel? Um sorvetinho lá, de madrugada, dando bola pra mim. A madrugada tinha tudo para ser linda e ele tinha tudo pra ser gostoso, mas era fato que ele não era. E mamãe? Essa bonita sabe que eu não reclamo da vida e que eu a amo e lhe dedico os mais puros dos meus sentimentos, então estava lá dormindo, claro. Tranquilamente.
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Ah, mas amanhã a gente vai ter uma conversinha. Porque isso não é coisa que se faça. E ela é esperta, porque amanhã é Dia das mães! Foi tudo estratégico! Como ela pode ter feito isso comigo? Mas eu não estou nem aí, marrapaz! Marrapaz! Eu sou é mal. Deixa só amanhecer. Ou eu ou os sabores esquisitos das coisas doces que ela arranja. Não quero nem saber.
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(Algumas horas depois)
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Feliz dia das mães, mamãe. Eu te amo que só. Ah, e a senhora é a mãe mais perfeita do mundo. ^^
 
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